quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Desperdício é a principal ameaça ao abastecimento de água no Brasil.
As águas que se perdem nos encanamentos, evaporam durante as irrigações e não são tratadas depois de poluídas formam um conjunto que representa a maior ameaça ao abastecimento dos brasileiros. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), 40% da água retirada no país é desperdiçada. Os números comprovam:
De acordo com a ANA, são retirados dos mananciais do Brasil 840 mil litros de água a cada segundo. Ao dividir esse número por 188,7 milhões de brasileiros, cada habitante consumiria, em média, 384 litros/ dia. Quando se leva em conta o consumo efetivo, no entanto, o valor é bem menor. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2006, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o gasto médio diário do brasileiro cai para 185 litros. Parte da diferença (199 litros) foi utilizada na agricultura, na pecuária, na indústria, mas a maior parte, em torno de 150 litros, foi desperdiçada.
O coordenador-geral de Assessorias da ANA, Antônio Félix Domingues, afirma: "Somente na irrigação, o desperdício chega a 50%", ressalta. Ele explica que o problema é provocado porque a maior parte dos produtores rurais utiliza a pulverização aérea, no qual boa parte da água é carregada pelo vento ou evapora, em vez de recorrer ao sistema de gotejamento, que despeja gotas diretamente na raiz nas plantas.
Nas cidades, segundo Félix, redes mal conservadas são responsáveis por perdas de 40% na distribuição de água. "De cada cem litros, que as companhias captam, somente 60, em média, chegam à casa das pessoas", reclama. O ideal seriam perdas em torno de 20%, padrão aceito internacionalmente.
"Existem cidades em que o desperdício chega a 80% porque as companhias desrespeitam as normas técnicas", diz, evitando dar nomes. Coordenador do Programa Água para a Vida da organização não-governamental WWF-Brasil, o geógrafo Samuel Barreto alerta para outro perigo, o consumo invisível de água. "A água é um importante insumo para praticamente toda a produção econômica, principalmente para a agricultura", ressalta.
Segundo o relatório do Pnud, são necessários 3,5 mil litros de água, em média, para produzir alimentos que forneçam um mínimo de 3 mil calorias. Isso equivale a 70 vezes a necessidade de uma família de quatro pessoas. Alguns alimentos exigem mais água que outros. De acordo com o estudo, uma tonelada de açúcar consome oito vezes mais água do que a produção de a mesma quantidade de trigo. "A produção de um simples hambúrguer consome cerca de 11 mil litros de água - mais ou menos a mesma quantidade disponível para cada 500 habitantes de bairros urbanos degradados que não possuem água canalizada em casa", compara o texto.
Fonte: (Agência Brasil)
http://www.deolhonaagua.org.br/site/ler_materia_08.php
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
COP15: O Frio acordo de Copenhague
A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-15), realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro em Copenhague, na Dinamarca, deveria ter sido uma consolidação legal de uma nova mentalidade acerca do desenvolvimento sustentável, estipulando metas obrigatórias de redução na emissão de gás carbônico, responsável pelo efeito estufa.
Entretanto, o resultado de dois anos de preparativos e duas semanas de conferência foi um texto com duas páginas e meia, composto de doze parágrafos sem grandes consequências. Prevê redução de 50% das emissões de CO2 em 2050, porém, não há metas obrigatórias de médio prazo. Apesar de menções a cifras, a convenção, que não tem força legal, não explica quais mecanismos institucionais seriam responsáveis pela gestão dos recursos, o que transforma o Acordo de Copenhague em uma simples declaração de intenções.
Como o protocolo das Nações Unidas aceita somente decisões por unanimidade, a oposição de apenas um país foi suficiente para inviabilizar um acordo em Copenhague. Mesmo sem o consenso em torno do documento, ele poderá ser “operacionalizado” no que diz respeito à criação imediata de um fundo de financiamento, por três anos, para que as nações em desenvolvimento possam se adaptar às alterações climáticas.
Um dos países que mais se opôs ao “Acordo de Copenhague” foi a Venezuela, que fez questão de ressaltar que, embora tenha aceitado que se “tomasse nota” do documento, ele não foi aprovado.
Dessa forma: sem um acerto definitivo para combater a mudança do clima, serão necessárias outras negociações em 2010 para que uma nova estratégia global possa ser discutida buscando chegar a um acordo obrigatório com valor legal até a COP-16, no México. O próximo encontro será realizado no final de 2010, mas antes disso haverá uma reunião preparatória na Alemanha.
A COP 15, que chegou a ser considerada o maior evento de cunho político da História, atraiu 45 mil pessoas a Copenhague. No entanto, apenas um acordo parcial foi selado entre os Estados Unidos, a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul, com apoio de outros países.
Referências bibliográficas:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/12/091219_copenhaguebankimoon_is.shtml
http://www.ecodebate.com.br/2010/01/04/ecos-da-cop-15-copenhague-fracassou-um-crime-climatico/
http://alquimistaspontocom.blogspot.com/2009/12/cop-15-resultados-paliativos.html
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