segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cotidiano Sustentável

foto: Alexandre Lonngren


Mais dicas para praticar um estilo de vida alinhado à consciência ambiental.


Ventilador x Ar condicionado


Use mais ventilador ao invés de ar-condicionado: um ventilador de teto, por exemplo, gasta 90% menos energia se comparado a um ar-condicionado. Portanto, sempre que possível, use mais o ventilador. Uma outra alternativa é combinar o uso dos dois. Regule seu ar-condicionado no mínimo e ligue o ventilador de teto.

Melhor mesmo é otimizar a utilização da ventilação natural.

Limpe ou troque os filtros: um ar condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.

Desligue o ar condicionado uma hora antes do final do expediente: em um período de 8 horas, isso equivale a 12,5% de economia diária, o que significa quase um mês de economia no final do ano. Além disso, a temperatura começa a ser mais amena no final do expediente.

Numa fria

Descongele geladeiras e freezers antigos a cada 15 ou 20 dias: o excesso de gelo reduz a circulação de ar frio no aparelho, fazendo com que gaste mais energia para compensar. Se for o caso, troque de aparelho. Os novos modelos consomem até metade da energia dos modelos mais antigos, o que subsidia o valor do eletrodoméstico a médio/longo prazo.

À mesa

Cozinhe mais em panela de pressão: você pode cozinhar tudo (feijão, arroz, carne, peixe, macarrão etc.), de forma rápida economizando 70% do gás.

Cozinhe em fogo mínimo: a comida não cozinha mais rapidamente com fogo alto, pois a água não ultrapassa 100°C em uma panela comum.

Frequente restaurantes naturais/orgânicos: ainda que você não seja vegetariano, experimente os novos sabores que essa onda verde está trazendo e, assim, estará incentivando o mercado de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos e menos agressivos ao meio-ambiente.

Números legais

Considere o impacto de seus investimentos: o dinheiro que você investe não rende juros sozinho. Isso só acontece quando é investido em empresas ou países que dão lucro. Na onda da sustentabilidade, vários bancos estão considerando o impacto ambiental das empresas em que investem o dinheiro de seus clientes. Informe-se com o seu gerente antes de escolher o melhor investimento para você e o meio ambiente.

Informe-se sobre a política ambiental das empresas que você contrata : seja o banco onde você investe ou o fabricante do shampoo que utiliza, todas as empresas deveriam ter políticas ambientais claras para seus consumidores. Ainda que a prática esteja se popularizando, muitas empresas ainda pensam mais nos lucros e na imagem institucional do que em ações concretas. Por isso, não olhe apenas para as ações que a empresa promove, mas, também, para a margem de lucro alardeada todos os anos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia mundial sem carro


foto: Zé Martinusso

Mobilidade Humana & o Dia mundial sem sarro

Fazemos parte de uma rede de pessoas. Sim, pessoas que compartilham os desejos mais íntimos de viver num mundo melhor hoje.

No dia 22 de setembro, desejamos abertamente poder viver em cidades contentes, onde os barulhos dos automóveis e motos sejam substituídos por risadas de crianças bricando nos parques da cidade, pela alegria de alguém que encontra os amigos na padaria pela manhã, pelas conversas acaloradas dos jovens indo para a escola, o estalo do beijo na boca do casal que se encontra para um sorvete, os cochichos das rodas de conversa nas calçadas...

No Dia Mundial Sem Carro, confabulamos que a mobilidade seja mais humana. Participe! Comece deixando o seu carro em casa e partilhando caronas, caminhadas, pedaladas de bicicleta e trajetos de ônibus. As cidades agradecem!!!

Visite Mobilidade Humana em: http://mobilidadehumana.ning.com/?xg_source=msg_mes_network.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um grau a menos


Foto: Daniel Vergara

Há uma iniciativa simples que podemos empreender para diminuir a temperatura do planeta. Ao pintar o nosso telhado de branco (a tinta deve ser adequada para ambientes externos) aumentamos a capacidade de reflexão da luz, deixamos nossa casa mais fresca e, consequentemente, economizamos energia - geladeira, freezer e ar condicionado utilizam sua capacidade num nível menor.

Essa iniciativa é motivada pela campanha mundial One Degree Less, da ONG Green Building Council Brasil (GBC), e visa ajudar a minimizar os impactos ambientais baixando a temperatura global em 1ºC. De acordo com a GBC para cada 100m² pintados de branco são compensadas 10 toneladas de emissão de CO2 por ano.

Participe da campanha: pinte o telhado da sua casa, da sua empresa e atue definitivamente para recuperar o ecossistema do planeta.

Saiba mais sobre o One Degree Less no Brasil.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Espalhe o verde

Foto: Gentil Barreira

Certo. Você já faz coleta seletiva do lixo, desconecta os eletrodomésticos da tomada quando não os está usando, vai para o trabalho de transporte coletivo ou bicicleta duas vezes por semana, revisou os encanamentos e deu fim aos vazamentos e infiltrações, evita desperdiçar água no banho e ao escovar os dentes, já trocou todas as lâmpadas de casa por fluorescentes econômicas. Muito bem.

Algo mais? Você acumula roupas até a quantidade máxima da máquina de lavar e as estende ao ar livre para secar, aproveitando para passá-las todas de uma só vez, manda seu carro para lava jatos a seco, usa ecobags e evita receber sacolas plásticas, procura usar papel reciclado, imprime algo apenas quando é inevitável e ainda usa as duas faces da folha. Podemos dizer que sua conduta é invejável. Mas, você leva esses hábitos para seu local de trabalho? Se sua resposta é sim, parabéns.

Saiba: sua empresa pode fazer mais pelo planeta. Participar de um negócio que leva em consideração o cuidado com a biodiversidade inclui ações além do nível individual. No entanto, sabemos que sem a colaboração de cada um, uma postura sustentável dificilmente vigora de fato.

Além de ações de combate ao desperdício de bens naturais não renováveis uma atitude consciente pode estender-se à natureza dos insumos utilizados para confeccionar os produtos comercializados, ou ainda para dar suporte aos serviços oferecidos pela empresa. Um exemplo seria utilizar madeira certificada, papel reciclado, materiais biodegradáveis etc.

Incentivar hábitos de consciência ecológica nos clientes e colaboradores, usar energia limpa (solar, eólica etc.), implantar o reuso de água, instalar filtros nos escapamentos dos veículos e diminuir as emissões de CO2 são atitudes que podem ser empreendidas. Outra possibilidade é aproveitar e valorizar a luz natural e a circulação de ar ao ter um prédio com janelas, o que diminui o uso do ar condicionado e torna o ambiente mais agradável; assim como ter um jardim de inverno ou um espaço de convivência ao ar livre. Não há espaço? Crie uma horta vertical. Quer mais verde? Cubra seu teto de plantas e tenha um ambiente mais fresco (procure um arquiteto para saber qual tipo de vegetal pode utilizar).

A postura comercial sustentável ainda pode ser ampliada. É necessário pensar estratégias que beneficiem o meio ambiente inclusive além dos limites físicos da empresa: negociar créditos de carbono, criar e participar de programas de conservação da biodiversidade junto à comunidade vizinha, escolher parceiros e fornecedores que também estejam alinhados com a pauta dos cuidados com o meio ambiente e além de tudo isso, desenvolver o planejamento estratégico focado com todas essas ações.

Criar uma empresa verde é uma tarefa de todas as pessoas que colaboram no negócio. Como no futebol, paixão nacional onde o time precisa dar as mãos para alcançar o gol, a equipe precisa unir suas idéias e forças para atingir o objetivo: uma conduta empresarial comprometida com o meio ambiente de fato.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Você está pronto para compartilhar a sustentabilidade?

Foto: Gentil Barreira

Se você fosse convidado para trocar ideias sobre sua conduta sustentável, o que teria para dizer? Talvez você ainda não tenha pensado nisso, mas tem gente pensando. Nesse próximo dia 27 de junho (domingo), em São Paulo, a FIBoPS – Feira Internacional para o Intercâmbio de Boas Práticas Socioambientais – mobilizará pessoas, empresas e gestores em torno das oportunidades e desafios da nova configuração global impactada pela escassez dos recursos naturais e pelos fenômenos decorrentes das mudanças climáticas.

A Feira subsidiará o I Congresso Internacional de Boas Práticas Socioambientais, que se propõe a discutir assuntos tais como soluções pró-sustentabilidade em inovações tecnológicas; práticas e produtos relacionados a emissões de CO2, energia limpa e economia; possibilidades sustentáveis em moda, beleza e consumo; evolução e responsabilidade em agronegócio e logística e intercâmbio de cases em benchmarking internacional. O congresso contará com a presença de palestrantes do Brasil, dos Estados Unidos, da Inglaterra, da França e do Uruguai.

Além do Congresso a FIBoPS proporcionará discussões técnicas e rodadas de negócios, incluindo a apresentação de produtos inovadores e palestras sobre: mudanças climáticas, ética individual ecologicamente correta e novas tecnologias sustentáveis.

Ficou curioso? Veja em www.fibops.com.br a programação detalhada do evento.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Produtos Verdes

Foto: Gentil Barreira

A proximidade do Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) traz uma reflexão acerca do que estamos praticando como atitudes para assumirmos um estilo de vida sustentável. O uso consciente das fontes de energia não renováveis, a coleta seletiva de lixo e sua posterior reciclagem, a doação de artigos eletrônicos em desuso ou o encaminhamento aos postos de descarte adequados, a utilização da água e demais recursos naturais evitando o desperdício, são maneiras de participar ativamente dessa data ao longo do ano.

Alguns materiais produzidos pela indústria de bens de consumo não são facilmente descartados. Rios poluídos nas grandes cidades tornam-se cemitérios do que não usamos mais: um cortejo de sacolas plásticas, garrafas pet, restos de mobílias, até colchões! Tecnologias limpas têm sido desenvolvidas nas últimas décadas e, ao contrário do que possa parecer, muitas delas já fazem parte do nosso cotidiano.

Reciclagem de garrafas pet
Tecidos criados a partir da reciclagem de garrafas pet já são largamente utilizados em tecidos crus e ecológicos, com aplicação lonas, ecobags e sinalização. Cada metro quadrado de tecido equivale a seis garrafas reaproveitadas.

As embalagens pet também podem ser transformadas em objetos de decoração, aquecedor solar, coletores de água e até matéria prima na construção civil. A reciclagem de plástico origina outros produtos como o Vitopaper, papel reciclado de plástico que tem aparência de couchê e economiza até 20% de tinta durante a impressão.

Reuso de pneus
A reutilização de pneus para a fabricação de cadeiras, mesas, divãs pufes, lixeiras, brinquedos como amarelinha, jogo de argolas e camas elásticas, até espreguiçadeiras é hoje uma realidade na reutilização de materiais que levariam séculos para serem reintegrados ao meio ambiente.

Reaproveitamento de papelão
O papelão tem reciclagem garantida no processo industrial e também é utilizado em peças de mobiliário montadas manualmente, além de azulejos reciclados tridimensionais, que podem ser pintados e reutilizados.

Iniciativas incomuns
Até esse momento temos falado de materiais dos quais temos certo conhecimento, no entanto há iniciativas incomuns como a reutilização de fitas cassete e fibra ótica para o desenvolvimento de tecidos – no segundo caso, imagine-se com roupas que brilham no escuro.

Produtos inteligentes
Tecidos inteligentes mantém a temperatura do corpo, se expandem com a transpiração ou enrijecem ao detectar impacto. Relógios alimentados por energia solar, canetas biodegradáveis (utilizam plástico biodegradável feito de batata e tinta atóxica) que se decompõem completamente em 180 dias quando descartadas e carros movidos a eletricidade já podem ser adquiridos no mercado.

Azulejos verdes
E o que dizer de um jardim vertical? Existe tecnologia que permite revestir paredes externas com azulejos cobertos de plantas que coletam o CO2 do ar e o convertem em adubo. Os azulejos possuem sistema de irrigação por gotejamento, o que ajuda a economizar água. Poderíamos ter jardins verticais recobrindo prédios nas grandes metrópoles ao invés de grandiosos blocos de concreto, por que não?


Conheça alguns dos projetos citados nessa matéria:

Tecidos reciclados de garrafas pet
Ecobags
Papel reciclado de plástico
Reutilização de pneus
Mobiliário em papelão
Azulejos de papelão reciclável
Tecidos de fita cassete
Canetas biodegradáveis
Azulejos recobertos de plantas

terça-feira, 25 de maio de 2010

Jovens ecológicos

Com atitudes simples e ecologicamente corretas, um grupo de amigos vem fazendo a diferença em casa. Eles assumiram a responsabilidade pelo meio ambiente e acreditam que, cada um fazendo sua parte, é possível transformar o planeta num lugar melhor.

RODRIGO CARVALHO

Eles saíram do discurso do ecologicamente correto e foram para a prática. No dia a dia, adotaram soluções simples que fazem grande diferença. O planeta agradece!

Dizer que é ecologicamente correto está na moda. Mas do discurso até a pratica vai uma grande diferença. Contudo, um grupo de 12 amigos cansaram de assistir, impassíveis, à forma como o planeta está sendo tratado e arregaçaram as mangas. São todos jovens, gente que trabalha com tatuagem, música eletrônica, propaganda, dança, artes plásticas, biologia, jornalismo, arte-educação e arte-terapia, mas que encontraram tempo para investir no sonho que une a todos: fazer do mundo um lugar melhor, através de ações de conscientização ética, socioeconômica e ambiental.

É o caso do artesão e bioconstrutor Paulo Campos e da educadora ambiental Luciana Campos. O casal está envolvido, há 10 anos em questões ambientais, participando de fóruns e movimentos. Mas, foi há cerca de seis anos que eles adotaram a permacultura no seu dia a dia. “Nós fazemos em casa, desde coisas básicas, como separação do lixo e cultivo de plantas, até reutilização da água do lavatório para dar descarga e uso da iluminação natural”, enumera Paulo.

As filhas Clarissa, 3 anos e meio, e Jasmin, 11 meses, aprendem em casa como cuidar do planeta. “Elas seguem à risca. E a gente faz questão de incentivá-las a cuidar dos animais e plantas. Além de terem uma alimentação saudável com frutas e verduras orgânicas e sem carne”, diz Luciana. “No banho não tem brincadeira. Elas sabem que a água é valiosa”, completa o pai.

Paulo explica que, a partir de sugestões dos amigos, passou a incorporar outras ações, como utilizar produtos de limpeza ecológicos. “Além disso, a gente faz um preparado e divide para o grupo”.

Assim, todo mundo aprende a fazer o pó dental (usado no lugar da pasta de dente), detergente (feito a partir do reúso do óleo) e desinfetante. Uma contribuição da arte-educadora Helena Golabek Gandra, que pesquisando, aprendeu a fazer vários produtos.

Reaproveitar

Além dos produtos de limpeza, ela também criou absorventes ecológicos (que lembram os antigos "paninhos" de nossas bisavós) e incentiva o reaproveitamento e reciclagem. Como uma artista, ela percebe o potencial de muita coisa que iria para o lixo.

"Eu iria jogar fora essa garrafa de vidro fora. Aí pensei: Preciso de uma garrafa para o chá. Então, eu pintei e reciclei o que iria para o lixo. E assim faço com outras coisas", explica Helena. No dia da sessão de fotos, ela usava uma calça que tinha sido manchada, mas que recuperou pintando belíssimas flores.

"É preciso entender que hoje temos um dever moral de sair do discurso e ir para a prática. O discurso só não adianta. É preciso modificar nossas atitudes urgente", conclama Helena, que também faz questão de alertar sobre o consumo desregrado. "É preciso aproveitar ao máximo as coisas. Tudo que compramos desnecessariamente representa um peso ao meio ambiente", completa.

Santo de casa faz milagre

E, assim, aproveitando de tudo, eles criam, com suas próprias mãos, banquinhos, fornos, lenha e adubo para as plantas. É no quintal do estúdio de tatuagem Kaleidoscope que eles criaram a sede do Maloca Sustentável - nome que o próprio grupo de amigos deu para suas reuniões. E tudo é feito com base na permacultura. Lá eles fizeram o bioforno para cozinhar, evitando ao máximo a poluição, criaram a composteira (uma espécie de caixa para reciclagem das matérias orgânicas residuais do nosso cotidiano como restos de alimentos, cascas das frutas, folhas secas e papel, o espiral de ervas e o círculo de bananeiras, que serve como barragem.

Além disso, lá a água usada em pias é despejada diretamente nas plantas. E no quintal, eles colocaram uma coberta viva (teto verde) que protege do sol e diminui a sensação de calor. Além de ficar um charme!

"A gente foi se juntando e dividindo saberes. Fomos aprofundando e vendo que podíamos fazer um lugar o mais sustentável possível", conta a jornalista Juliana Lacerda. Ela, que já fazia coleta seletiva em casa e trabalhava com educação ambiental com crianças na ONG Aquasis, argumenta que passou a vivenciar ainda mais ações ecologicamente responsáveis a partir das reuniões com o grupo.

" Tinha muito cuidado com o lixo, não usava sacolas de plásticos e frequentava feiras ecológicas. Mas, hoje, passei a usar o pó dental e a fazer o espiral de ervas. É uma troca de experiência muito grande".

A arte-educadora Drica Oliveira, também adepta da permacultura há três anos, levou para a sala de aula os conceitos de reciclagem e reaproveitamento. "Levo para as crianças a mensagem da sustentabilidade e emprego na minha arte esse conceito. Como trabalho com crianças, tenho uma esperança muito grande numa mudança", defende.

Mudança fora de casa

Depois de modificarem os hábitos em casa e influenciarem os amigos, o grupo agora quer ampliar seus horizontes e atingir um público ainda maior. Preparando-se para virar uma associação que trabalha com arte e educação ambiental, os "maloqueiros", como são chamados, acreditam na mudança coletiva. "Nosso objetivo é atingir os outros. É preciso despertar, urgente, as pessoas para uma nova consciência ambiental", alerta Paulo. "Como grupo somos mais fortes". É aquela máxima do eterno maluco beleza: "Sonho que se sonha junto é realidade".

DICAS
Pequenas mudanças que fazem diferença

Aposente o carro e outros meios de transporte sempre que possível. Um dos gases responsáveis pelo efeito estufa é o dióxido de carbono (CO2), e a maior parte dele vem da queima de combustíveis.

Substitua as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes, que duram até dez vezes mais e economizam até um terço de energia elétrica. Abra as janelas e aproveite o sol.

Separe o lixo na sua casa em seco e molhado. No lixo seco vão papéis, vidros e plásticos. No molhado ficam os restos de comida. Já existe em Fortaleza quem faça a coleta seletiva.

O consumo excessivo é um dos grandes vilões da degradação ambiental. Compre o necessário e prefira produtos de quem respeita o meio ambiente e os que têm o Selo Verde. Reaproveite!

Cada família brasileira usa 66 sacolas plásticas de supermercado por mês. E o pior: elas não podem ser recicladas junto com outros plásticos. O ideal é trocá-las por ecobags.

Plante uma árvore. Essa atitude tem um efeito muito grande para o ambiente. Uma árvore pode absorver até uma tonelada de CO2. Reaproveite a água da chuva, captando-a em um galão e depois regue o jardim ou lave a varanda.


Conheça melhor O MALOCA (www.malocasustentavel.blogspot.com)

Matéria publicada no jornal Diário do Nordeste: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=787461.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O que fazer com o lixo eletrônico?


Foto: Gentil Barreira

A velocidade com que novas tecnologias são lançadas contribui para um consumo desequilibrado de artigos eletrônicos: a cada mês surgem aparelhos com novo design e processadores com maior capacidade. Em busca de um estilo de vida em sintonia com as tendências do momento, adquirimos bem mais do que necessitamos.

O que fazer com aqueles celulares, computadores, impressoras, geladeiras, câmeras fotográficas digitais, brinquedos, televisores que não usamos mais?

Quando compramos eletrônicos não imaginamos que possuam substâncias tóxicas, capazes de degradar o meio ambiente e afetar de forma grave a saúde humana. Computadores, para exemplificar, utilizam metais pesados em sua composição: mercúrio, chumbo, fósforo, cádmio, entre outros elementos químicos.

A exposição breve ao chumbo provoca dores estomacais e de cabeça, a longo prazo prejudica o sistema nervoso, os rins, o sangue e o cérebro. Para se ter ideia, o tubo de raios catódicos de um único monitor de computador contém cerca de 1,5 kg dessa substância.

A Organização das Nações Unidas (ONU) avalia que cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são descartadas anualmente em todo o mundo, e que esse número deverá crescer até 500% em dez anos. De acordo com o Greenpeace 5% do lixo sólido do mundo é eletrônicos, quantia semelhante à das embalagens plásticas. Na maioria das vezes o descarte é inadequado, feito em depósitos de lixo, em seguida recolhido por catadores, que queimam as peças para separar os metais e vendê-los. Ao serem queimadas são liberadas substâncias tóxicas, gerando uma fumaça cancerígena, espalhada pelo vento.

Reciclagem e reuso são as únicas soluções para o problema. Doar aparelhos eletrônicos em bom estado é uma solução correta e eficiente. As empresas que vendem esses produtos são obrigadas por lei a receber os equipamentos eletrônicos descartados. Há iniciativas de recolhimento e reciclagem de pilhas e baterias em agências bancárias, ongs e shoppings centers, para citar alguns exemplos. Desfazer-se corretamente o lixo eletrônico é responsabilidade de todos , atitude indispensável para um padrão de vida sustentável.

Veja aqui como o lixo eletrônico mundial pode ser descartado de forma incorreta.


terça-feira, 11 de maio de 2010

Priorize o uso de combustível verde

Foto: Leopoldo Kaswiner

Durante o processo de extração de petróleo no mar não é raro que ocorram vazamentos, o que ocasiona um desequilíbrio alarmante na biodiversidade marinha, sem levar em consideração os riscos à saúde do ser humano. O combustível fóssil também polui diariamente o ar quando queimado dentro dos motores dos veículos. Substituí-lo pelos renováveis é uma atitude importante para o desenvolvimento de uma relação sustentável com o meio ambiente. Uma das medidas que pode ser adotada é utilizar o etanol, mais conhecido como álcool combustível.

O etanol polui cerca de 90% menos que a gasolina, além de proporcionar mais potência, força de arranque e velocidade ao veículo. A emissão de CO2 ao longo do seu processo de produção é aproximadamente 89% menor: para o beneficiamento de mil litros de combustível, a gasolina emite 2.280 kg de CO2 desde a extração do petróleo até a distribuição nos postos de abastecimento, já o ciclo completo de produção da mesma quantidade de etanol libera somente cerca de 260 kg de CO2.

Utilizar um automóvel que aceite tanto combustível fóssil quanto álcool combustível, pode ser um passo adiante na mudança da gasolina para o etanol. A frota de automóveis flex tem crescido nos últimos anos no Brasil. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) os carros flex representaram 92% do total de automóveis licenciados em março desse ano. Além da possibilidade de testar o custo-benefício da mudança, a troca definitiva é compatível.

O etanol pode ser proveniente da cana de açúcar, beterraba, trigo e milho. O processamento feito a partir da cana, o mais comum no Brasil, rende energia combustível quatro vezes maior que o extraído da beterraba e do trigo e quase cinco vezes superior ao produzido com milho.

Ao longo do processo, a fermentação e queima do bagaço e palha da cana em caldeiras de alta pressão gera bioeletricidade, uma fonte de energia limpa e renovável destinada a suprir as usinas de beneficiamento, tornando a fabricação do etanol auto-suficiente.

Existem iniciativas como a da cidade de Angatuba, interior do estado de São Paulo, que criou uma microdestilaria de álcool, possibilitando o abastecimento sustentável dos veículos da frota da prefeitura, dispensando a necessidade da compra nos postos de distribuição. Conheça mais sobre esse projeto aqui.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Clima e Aquecimento

Foto: João palmeiro

Quando se fala em aquecimento global, a principal questão de desacordo entre os especialistas é com que profundidade a interação humana afeta a biodiversidade, e os reais efeitos que pode causar no clima do planeta.

As opiniões se dividem entre os que defendem que nossa ação influi direta e drasticamente no meio ambiente e os que chegam a afirmar que tudo não passa de um ciclo natural do planeta.

Entre os que alertam para o aquecimento global e a necessidade extrema de contribuirmos para o resfriamento do planeta está James Hensen, cientista climático da NASA. Em entrevista concedida ao jornal “De Spiegel”, afirma que “se não tomarmos uma atitude os níveis do mar podem subir até 2,74 metros até o fim do século” e isso afetaria pelo menos 40 milhões de pessoas.Segundo Hensen, aproximadamente 102% do aquecimento é motivado pela atividade humana, “o clima estaria esfriando se não fosse pelas emissões provocadas pela humanidade”.

O extermínio da fauna e flora do planeta também é uma preocupação do pesquisador: além do deslocamento para os polos ter se acelerado “o fato de várias espécies estarem confinadas a certas áreas porque os humanos ocuparam grande parte do planeta, fica evidente que para elas será muito difícil migrar. Portanto, é provável que uma grande parcela das espécies da Terra seja extinta.”

Anthony Watts, meteorologista norte-americano, denunciou incorreções nos cálculos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) da ONU. Do ponto de vista de Watts, as estações de medição que ficam em grandes cidades e locais mais afetados pelo calor têm substituído dados das medições em altitudes mais elevadas. Ele acredita que o monitoramento via satélite é o mais adequado, sendo apoiado por outros pesquisadores como o professor de ciências atmosféricas John Christy, da Universidade do Alabama, que já esteve entre os principais autores do IPCC.

Na contra-mão dessas opiniões, Luiz Carlos Molion, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas e representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que o fenômeno do aquecimento global não é relevante, e que a Terra vai esfriar nos próximos 20 anos e que as emissões na atmosfera provocadas pelo homem são incapazes de causá-lo. “A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta”, afirma.

Com base em dados de acompanhamento da temperatura dos oceanos, Molion assegura que estes estão perdendo calor. Para o pesquisador, o derretimento das geleiras não afeta o nível do mar, uma vez que o gelo derretido é apenas superficial. Afirma ainda, que o nível do mar não vem aumentando. “Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global”, defende.

Acreditando ou não na interferência decisiva do homem no fenômeno das mudanças climáticas, o ideal é utilizar com sabedoria os recursos naturais: buscar a adoção de energia limpa e renovável, além do convívio sustentável com a biodiversidade do planeta.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dia da Terra: por que comemorar?

Foto: Roberto Marques

Na próxima quinta-feira, dia 22 de Abril, será comemorado o Dia da Terra. Com todas as ocorrências naturais propagadas pela mídia – chuvas torrenciais, terremotos e vulcões, assim como o sofrimento das pessoas atingidas, além do desmatamento, do alto índice de poluição, mudanças climáticas, degelo acelerado – é quase impossível não refletir sobre nosso comportamento ecológico nesta data.

Somos contemporâneos de um impasse civilizatório, de um momento singular na história do homem. Diante dessa problemática, é preciso reconhecer que várias ações têm sido empreendidas em favor da diminuição dos impactos ambientais e da proteção da biodiversidade do planeta.

Há um número crescente de empresas que abraçam e mostram a público suas campanhas de sustentabilidade. Cada vez mais aperfeiçoam seus processos de produção utilizando-se de energia limpa; calculam sua taxa de liberação de CO2; buscam compensá-la com o plantio de árvores; usam papel reciclado ou certificado, madeira legal, plástico biodegradável.

As campanhas de reciclagem e coleta seletiva de lixo fazem parte do nosso dia a dia. Na semana passada foi trazido a público, em Taiwan, um prédio feito de garrafas pet. Segundo os construtores, o centro cultural de três andares pode ser desmontado, transportado e remontado com rapidez.

A Hora do Planeta deste ano, 60 minutos de luzes desligadas pelo consumo consciente de energia, teve a participação de cerca de 4 mil cidades em 125 países, contra 88 no ano passado. Iniciativas como o selo Carbon Free, certificam eventos que quantificam e compensam sua emissão de CO2.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em relatório apresentado, assegura que no Brasil há 2,7 milhões de “empregos verdes” – atividades econômicas que contribuem para a melhoria da qualidade ambiental. A OIT prevê que esse número aumente para 20 milhões até 2030. E há também os “produtos verdes” que gastam menos energia ou utilizam energia limpa (eólica, solar, elétrica); além do setor alimentício, que oferece produtos orgânicos livres de agrotóxicos.

Cercados por essas iniciativas, podemos aderir a certas práticas que ajudam nossa interação com o planeta. Costumamos pensar que agindo individualmente não somos capazes de realizar mudanças, mas esquecemos uma atitude propriamente humana: o ato de comunicar. Mostrando através do exemplo, educando pelo diálogo, temos a capacidade de disseminar atitudes, inclusive no que condiz ao Meio Ambiente.

Realizar ações simples como usar a água racionalmente, apagar as luzes e desligar os eletrodomésticos que não estão sendo usados, abrir as janelas ou substituir o ar condicionado pelo ventilador, realizar a coleta seletiva de lixo, evitar o uso de sacolas plásticas, participar de campanhas sociais, pode fazer a diferença. Basta começar.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Quantifique e compense a sua própria emissão de CO2 na atmosfera

Foto: Gentil Barreira

Você se preocupa com a pegada de carbono que deixa enquanto passa pelo planeta? Gostaria de saber a quantas anda a sua emissão de CO2 na atmosfera? Isso já é possível. A Iniciativa Verde disponibiliza em seu site uma calculadora de CO2; faz parte do programa Carbon Free, que tem como objetivo promover a compensação da emissão de gás carbônico pelas atividades humanas.
Resolvemos, para efeito de teste, utilizar as médias indicadas pelo site e descobrimos que para compensar uma emissão de CO2 de 1.6 toneladas (sim! Tudo isso em média. E imagine, calculamos o uso de apenas um carro e não adicionamos viagens aéreas). Seria necessário o plantio de 10 mudas de árvore.
Além da compensação em plantios de árvore, o site dá outras sugestões para um padrão de vida sustentável. Como a substituição parcial do transporte particular pela utilização de coletivos ou andar de bicicleta. As pedaladas podem ser uma maneira interessante de entrar em contato com o Meio Ambiente ao seu redor.
Dicas como a coleta seletiva de lixo, a substituição do ar condicionado pelo ventilador, a troca por lâmpadas mais econômicas e a diminuição do uso de papel, bem como a utilização de papel reciclado ou certificado também estão presentes no site.

aproveite para calcular sua emissão de CO2 na atmosfera.
http://www.iniciativaverde.org.br/pt/calculadora

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Uso de Agrotóxico em Área Urbana

Foto: Gentil Barreira

Preocupada com a difusão da prática não autorizada de uso de agrotóxicos (herbicidas) para o controle de plantas daninhas em áreas urbanas especialmente em praças, jardins públicos, canteiros, ruas e calçadas, em condições não controladas pelos órgãos públicos competentes, esta Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) submeteu à consideração da população, mediante a publicação da Consulta Pública nº. 46/2006, proposta de Resolução de sua Diretoria Colegiada para regular a prática da capina química por empresas de jardinagem profissional, nos termos previstos no Decreto nº. 4.074/2002.

No processo de Consulta Pública, colhendo contribuições dos diversos segmentos da sociedade, bem como das áreas técnicas da Agência e de outros órgãos do Sistema Único de Saúde (SUS) evidenciou-se que a regulamentação dessa prática não se revelava o melhor caminho na busca da proteção e da defesa da saúde da população brasileira.

Os produtos que visam alterar a composição da fauna ou da flora, com a finalidade de preservá-las da ação de seres vivos considerados nocivos, são definidos nos termos da legislação vigente (Lei nº. 7.802/89) como produtos agrotóxicos, tanto quando se destinam ao uso rural ou urbano.

São produtos essencialmente perigosos e sua utilização, mesmo no meio rural, deve ser feita sob condições de intenso controle, não apenas por ocasião da aplicação, mas também com o isolamento da área na qual foi aplicado.

No processo de consulta pública ficou evidenciado que não seria possível aplicar medidas que garantissem condições ideais de segurança para uso de agrotóxicos em ambiente urbano. Por esse motivo a Diretoria Colegiada da ANVISA decidiu arquivar a Consulta Pública nº. 46/2006, afastando a possibilidade de regulamentação de tal prática.

Justificam tal conclusão, entre outras, as seguintes condições:

1. Durante a aplicação de um produto agrotóxico, se faz necessário que o trabalhador que venha a ter contato com o produto, utilize equipamentos de proteção individual. Em áreas urbanas outras pessoas como moradores e transeuntes poderão ter contato com o agrotóxico, sem que estejam com os equipamentos de proteção e sendo impossível determinar-se às pessoas que circulem por determinada área que vistam roupas impermeáveis, máscaras, botas e outros equipamentos de proteção.

2. Em qualquer área tratada com produto agrotóxico é necessária a observação de um período de reentrada mínimo de 24 horas, ou seja, após a aplicação do produto, a área deve ser isolada e sinalizada e, no caso de necessidade de entrada no local durante este intervalo, o uso de equipamentos de proteção individual é imperativo. Esse período de reentrada é necessário para impedir que pessoas entrem em contado com o agrotóxico aplicado, o que aumenta muito o risco de intoxicação. Em ambientes urbanos, o completo e perfeito isolamento de uma área por pelo menos 24 horas é impraticável, isto é, não há meios de assegurar que toda a população seja adequadamente avisada sobre os riscos que corre ao penetrar em um ambiente com agrotóxicos, principalmente em se tratando de crianças, analfabetos e deficientes visuais.

3. É comum os solos das cidades sofrerem compactação ou serem asfaltados, o que favorece o acúmulo de agrotóxico e de água nas suas camadas superficiais. Em situação de chuva, dado escoamento superficial da água, pode ocorrer a formação de poças e retenção de água com elevadas concentrações do produto, criando uma fonte potencial de risco de exposição para adultos, crianças, flora e fauna existentes no entorno. Cabe ressaltar neste ponto que crianças, em particular, são mais sujeitas às intoxicações em razão do seu baixo peso e hábitos, como o uso de espaços públicos para brincar, contato com o solo e poças de água como diversão.

4. Em relação à proteção da fauna e flora domésticas ou nativas, é importante lembrar que cães, gatos, cavalos, pássaros e outros animais podem ser intoxicados tanto pela ingestão de água contaminada como pelo consumo de capim, sementes e alimentos espalhados nas ruas.

5. Por mais que se exija na jardinagem profissional o uso de agrotóxicos com classificação toxicológica mais branda, tal fato não afasta o risco sanitário inerente à natureza de tais produtos.

Por oportuno, importa ainda observar que há, no mercado, produtos agrotóxicos registrados pelo Instituto Nacional do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) identificados pela sigla “NA” como agrotóxicos de uso Não-Agrícola. No entanto, essa identificação, ao contrário do que possa parecer á primeira vista, não significa a autorização da utilização de tais produtos em área urbana. Os produtos registrados pelo IBAMA apenas podem ser aplicados em florestas nativas, em ambientes hídricos (quando assim constar no rótulo) e outros ecossistemas (além de vias férreas e sob linhas de transmissão).

Dessa forma, a prática da capina química em área urbana não está autorizada pela ANVISA ou por qualquer outro órgão, não havendo nenhum produto agrotóxico registrado para tal finalidade.

Brasília, 15 de janeiro de 2010.

Diretoria Colegiada da ANVISA

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Desperdício é a principal ameaça ao abastecimento de água no Brasil.

Foto: Gentil Barreira

As águas que se perdem nos encanamentos, evaporam durante as irrigações e não são tratadas depois de poluídas formam um conjunto que representa a maior ameaça ao abastecimento dos brasileiros. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), 40% da água retirada no país é desperdiçada. Os números comprovam:
De acordo com a ANA, são retirados dos mananciais do Brasil 840 mil litros de água a cada segundo. Ao dividir esse número por 188,7 milhões de brasileiros, cada habitante consumiria, em média, 384 litros/ dia. Quando se leva em conta o consumo efetivo, no entanto, o valor é bem menor. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2006, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o gasto médio diário do brasileiro cai para 185 litros. Parte da diferença (199 litros) foi utilizada na agricultura, na pecuária, na indústria, mas a maior parte, em torno de 150 litros, foi desperdiçada.
O coordenador-geral de Assessorias da ANA, Antônio Félix Domingues, afirma: "Somente na irrigação, o desperdício chega a 50%", ressalta. Ele explica que o problema é provocado porque a maior parte dos produtores rurais utiliza a pulverização aérea, no qual boa parte da água é carregada pelo vento ou evapora, em vez de recorrer ao sistema de gotejamento, que despeja gotas diretamente na raiz nas plantas.
Nas cidades, segundo Félix, redes mal conservadas são responsáveis por perdas de 40% na distribuição de água. "De cada cem litros, que as companhias captam, somente 60, em média, chegam à casa das pessoas", reclama. O ideal seriam perdas em torno de 20%, padrão aceito internacionalmente.
"Existem cidades em que o desperdício chega a 80% porque as companhias desrespeitam as normas técnicas", diz, evitando dar nomes. Coordenador do Programa Água para a Vida da organização não-governamental WWF-Brasil, o geógrafo Samuel Barreto alerta para outro perigo, o consumo invisível de água. "A água é um importante insumo para praticamente toda a produção econômica, principalmente para a agricultura", ressalta.
Segundo o relatório do Pnud, são necessários 3,5 mil litros de água, em média, para produzir alimentos que forneçam um mínimo de 3 mil calorias. Isso equivale a 70 vezes a necessidade de uma família de quatro pessoas. Alguns alimentos exigem mais água que outros. De acordo com o estudo, uma tonelada de açúcar consome oito vezes mais água do que a produção de a mesma quantidade de trigo. "A produção de um simples hambúrguer consome cerca de 11 mil litros de água - mais ou menos a mesma quantidade disponível para cada 500 habitantes de bairros urbanos degradados que não possuem água canalizada em casa", compara o texto.

Fonte: (Agência Brasil)
http://www.deolhonaagua.org.br/site/ler_materia_08.php

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

COP15: O Frio acordo de Copenhague

Foto: Mário Neto

A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-15), realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro em Copenhague, na Dinamarca, deveria ter sido uma consolidação legal de uma nova mentalidade acerca do desenvolvimento sustentável, estipulando metas obrigatórias de redução na emissão de gás carbônico, responsável pelo efeito estufa.
Entretanto, o resultado de dois anos de preparativos e duas semanas de conferência foi um texto com duas páginas e meia, composto de doze parágrafos sem grandes consequências. Prevê redução de 50% das emissões de CO2 em 2050, porém, não há metas obrigatórias de médio prazo. Apesar de menções a cifras, a convenção, que não tem força legal, não explica quais mecanismos institucionais seriam responsáveis pela gestão dos recursos, o que transforma o Acordo de Copenhague em uma simples declaração de intenções.

Como o protocolo das Nações Unidas aceita somente decisões por unanimidade, a oposição de apenas um país foi suficiente para inviabilizar um acordo em Copenhague. Mesmo sem o consenso em torno do documento, ele poderá ser “operacionalizado” no que diz respeito à criação imediata de um fundo de financiamento, por três anos, para que as nações em desenvolvimento possam se adaptar às alterações climáticas.

Um dos países que mais se opôs ao “Acordo de Copenhague” foi a Venezuela, que fez questão de ressaltar que, embora tenha aceitado que se “tomasse nota” do documento, ele não foi aprovado.
Dessa forma: sem um acerto definitivo para combater a mudança do clima, serão necessárias outras negociações em 2010 para que uma nova estratégia global possa ser discutida buscando chegar a um acordo obrigatório com valor legal até a COP-16, no México. O próximo encontro será realizado no final de 2010, mas antes disso haverá uma reunião preparatória na Alemanha.
A COP 15, que chegou a ser considerada o maior evento de cunho político da História, atraiu 45 mil pessoas a Copenhague. No entanto, apenas um acordo parcial foi selado entre os Estados Unidos, a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul, com apoio de outros países.


Referências bibliográficas:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/12/091219_copenhaguebankimoon_is.shtml

http://www.ecodebate.com.br/2010/01/04/ecos-da-cop-15-copenhague-fracassou-um-crime-climatico/

http://alquimistaspontocom.blogspot.com/2009/12/cop-15-resultados-paliativos.html